4 - ESTRATÉGIAS DA
ELITE ECONÔMICA PARA TRANSFORMAR A
CLASSE MÉDIA EM MASSA
DE MANOBRA E RETARDAR O
DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
4.2 – UTILIZAR A MÍDIA COMERCIAL E
CORPORATIVA PARA INDUZIR OS ELEITORES A VOTAR NOS PARTIDOS E POLÍTICOS
ALINHADOS COM OS INTERESSES DAS ELITES
Ninguém duvida
hoje em dia da influência que a mídia exerce em todos os aspectos da vida da
população. O poder que a mídia tem pode ser utilizado tanto para o bem como
para o mau. Quando usado para o bem, respeita a ética e o senso crítico das
pessoas. Quando usado para o mau, tudo é possível. Na propaganda comercial, por
exemplo, cria demanda por produtos não necessariamente úteis. No âmbito
político, caberia à mídia realizar uma cobertura centrada em fornecer
informações confiáveis e equitativas sobre os partidos e os candidatos, de forma a permitir
que os eleitores decidissem sobre seu voto seguindo suas tendências políticas e utilizando seu senso crítico.
No cenário
brasileiro atual, a grande mídia - comercial e corporativa - está alinhada com
os interesses da elite empresarial, a quem interessa a eleição de partidos e
candidatos que defendam políticas econômicas neoliberais. Ao invés de fazer uma
cobertura ética das campanhas eleitorais, essa grande mídia manipula as
informações de forma a induzir os eleitores a se identificarem com os partidos
e candidatos financiados e apoiados por essa elite. A grande mídia não divulga,
por exemplo, que a política econômica neoliberal é considerada por especialistas
internacionais como inapropriada para os países em desenvolvimento, por gerar
desemprego e aumentar as desigualdades sociais.
As classes média
e rica, mantidas convenientemente mal informadas pela mídia manipulativa,
defendem, como se fossem seus, interesses que pertencem exclusivamente às
elites. Formadoras que muitas vezes são de opinião dos integrantes das classes mais
baixas, levam essas classes a também defenderem interesses que lhes são
altamente prejudiciais.
Para
exemplificar, vou repetir uma observação já feita em uma postagem anterior:
ainda que os rendimentos das classes média e rica sejam mais elevados e
suas condições de vida razoáveis, eles não pertencem à elite econômica e não
levam nenhuma vantagem por viver em um país subdesenvolvido. Seus rendimentos
sofrem pouco ou nenhum impacto em razão dos baixos rendimentos recebidos pelas
classes baixas, Em compensação, mesmo ganhando bem, por viver em um país
subdesenvolvido eles sofrem todos os transtornos típicos de países
subdesenvolvidos, tais como a violência – fruto direto da desigualdade social
acentuada - e a precariedade em todos os serviços públicos. Já para a elite
econômica, nacional e internacional, países subdesenvolvidos só trazem
vantagens. Eles estabelecem empresas e subsidiárias nesses países justamente
para potencializar seus ganhos, às custas da exploração da mão de obra local.
Seus lucros aumentam exponencialmente em países com mão de obra barata e poucos
direitos. E eles sequer sofrem com os transtornos dos países subdesenvolvidos.
Têm pouquíssimo contato com os integrantes das classes baixas e seu poderio
financeiro lhes permite, entre outras prerrogativas, enviar seus filhos para
estudar no exterior, ter acesso aos melhores tratamentos de saúde, se cercar
dos mais modernos sistemas de segurança. E, se for de seu interesse, podem
manter residências alternativas em quaisquer outros países do mundo que
desejarem.
Transcrevo a
seguir trechos extraídos de artigos da Internet, versando sobre o papel da imprensa
na sociedade atual.
Wikipedia – texto
completo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarto_poder
O quarto poder é uma expressão utilizada com
conotação positiva de que a Mídia (meios de comunicação
de massa) exerce tanto poder e influência em relação à sociedade quanto
os Três Poderes nomeados
em nosso Estado Democrático (Legislativo, Executivo e Judiciários).
observatóriodaimprensa
– por Reynaldo C. Carvalho Netto - Texto integral:
... Por muitos anos,
o quarto poder recebeu o título de “voz dos sem vozes” e seus representantes
sofreram grandes retaliações por diversos segmentos, o que não impediu que se
mantivesse como forte contrapeso na balança social com os demais poderes. A
mídia, com suas ferramentas de alcance e representatividade, seria “os olhos e
ouvidos” da humanidade, a vontade e opinião do povo.
...
O quarto poder
hoje é orientado por um feixe de grupos econômicos e financeiros planetários e
de empresas globais. A revolução midiática agrupa uma imprensa centralizadora e
por vezes totalitária, imprensa que já possui autonomia e autoridade e controla
o fazer jornalístico, cinematográfico, editorial, como um tentáculo sem fim.
...
Contrariamente ao
que se pensava, a censura não é uma arma exclusiva de regimes autoritários... O
quarto poder do século 21 instala entre a informação livre e o espectador
obstáculos ... em uma espécie de
“manobra” para que o receptor não perceba quais outras informações lhe são
ocultadas e dissolvidas pela “censura”.
...
Esse mecanismo
atrofia inclusive o desenvolvimento intelectual da “massa”, bloqueando o
caminho e a construção de uma opinião pública realmente formada e consistente.
...
O quarto poder
não representa mais – não em sua totalidade – o conceito de fiscalizar os
poderes e nortear os cidadãos. Por ele agora passam filtros que são geridos por
interesses particulares, amputando informações, direcionando olhares, minando o
funcionamento intelectual, em uma verdadeira democracia de faz de conta.
...
Mas o ponto
positivo do cenário pós-moderno é que aos poucos os cidadãos enxergam mais
claramente com olhos desconfiados as ações das grandes mídias
meuartigo.brasilescola – por Genaro Portugal Ciotola
...
Devido a
necessidade de uma soma considerável de capital para tornar realidade a constituição
de uma emissora, fica fácil entender por que a tevê no Brasil já nasce
oligopolizada, bem ao estilo do modelo de desenvolvimento econômico que se
desenhava para o país. A princípio, ela é fruto do agigantamento das
corporações jornalísticas nacionais, que, naquele momento, já agregavam, além
de jornais, revistas e editoras, também emissoras de rádio.
...
Eles são
representantes de tradicionais famílias ligadas à economia de exportação de
gêneros primários ou membros de segmentos das classes médias, descendentes de
imigrantes, que fizeram fortuna trabalhando com atividades comerciais. Seus
filhos buscam na educação formal, principalmente com o bacharelado em Direito,
desenvolver atividades profissionais de interesse para a manutenção do status
quo. Encontraram na política de concessões o acesso ao poder político ou ao
status almejado.
...
Vivemos um
circulo vicioso, pois não existe interesse em abrir-se um debate mais profundo
sobre o papel da midia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário