quinta-feira, 21 de agosto de 2014

3 - Países Subdesenvolvidos - O Paraiso dos Plutocratas


3 - PAISES SUBDESENVOLVIDOS
O PARAÍSO DOS PLUTOCRATAS


As características mais contundentes de um pais subdesenvolvido, ou em desenvolvimento, como se fala hoje em dia, são a baixa renda de sua população, aliada à precariedade na alimentação, moradia, saúde, educação e oportunidades de emprego. Ou seja, justamente os pré-requisitos essenciais para que um ser humano possa viver com dignidade.
Para a maioria dos pesquisadores, o subdesenvolvimento é resultado do domínio econômico desses países pelos países mais desenvolvidos, ditos do primeiro mundo, os quais muitas vezes têm suas políticas econômicas reféns dos interesses das grandes multinacionais.
O maior obstáculo à superação da condição de subdesenvolvimento é a concentração de renda em contraponto com a miséria.

E por falar em concentração de renda, vamos mais uma vez nos reportar à tabela do IBGE, para associar o impacto do subdesenvolvimento e da concentração de renda em cada classe social.

Base da Pirâmide: 71,9% dos brasileiros que ganham até 2 salários mínimos
Essa classe, onde se incluem os pobres e os miseráveis, sofre todos os danos consequentes do subdesenvolvimento e da concentração de renda.

1º Degrau da Pirâmide: 18,9% dos brasileiros que recebem de 2 a 5 salários mínimos
Ainda que em menor grau em relação aos que estão na base da pirâmide, esse povo também sofre bastante com a desigualdade social no Brasil.  

2º e 3º Degraus da Pirâmide: os 9,2% restante dos brasileiros, que recebem a partir de 5 salários mínimos.
Dos que pertencem a esse grupo, muitos se consideram privilegiados. Mas, ainda que seus rendimentos sejam mais elevados e suas condições de vida razoáveis, eles não pertencem à elite econômica. E não levam nenhuma vantagem por viver em um país subdesenvolvido. Seus rendimentos sofrem pouco ou nenhum impacto em razão dos baixos rendimentos recebidos pelos 90,8% da população. Em compensação, mesmo ganhando bem, por viver em um país subdesenvolvido eles sofrem todos os transtornos típicos de países subdesenvolvidos, tais como a violência - fruto direto da desigualdade social acentuada - e a precariedade em todos os serviços públicos.

Já para a elite econômica, nacional e internacional, países subdesenvolvidos só trazem vantagens. Eles estabelecem empresas e subsidiárias nesses países justamente para potencializar seus ganhos, às custas da exploração da mão de obra local. Seus lucros aumentam exponencialmente em países com mão de obra barata e poucos direitos. E eles sequer sofrem com os transtornos dos países subdesenvolvidos. Têm pouquíssimo contato com os integrantes das classes baixas e seu poderio financeiro lhes permite, entre outras prerrogativas, enviar seus filhos para estudar no exterior, ter acesso aos melhores tratamentos de saúde, se cercar dos mais modernos sistemas de segurança. E, se for de seu interesse, podem manter residências alternativas em quaisquer outros países do mundo que desejarem.

Seria de se supor que, diante desse cenário, o grosso da população brasileira defendesse políticas e programas que visassem combater a miséria, melhorar a distribuição de renda, propiciar a todos os brasileiros moradia, saúde, educação e serviços públicos de qualidade, enfim superar a fase atual e colocar o Brasil no grupo dos países mais evoluídos. Essas transformações não inviabilizariam a permanência de grandes empresas no Brasil, apenas fariam com que, ao invés de lucros astronômicos, elas tivessem lucros compatíveis com os obtidos nos países de primeiro mundo.      
Entretanto a população brasileira, mantida convenientemente desinformada, não consegue enxergar essa realidade. As classes média e rica, formadoras de opinião das classes inferiores, são manipuladas e transformadas em massa de manobra das elites econômicas nacionais e internacionais e, envolvidas por estratagemas diversos, defendem, como se fossem seus, interesses que pertencem exclusivamente àquelas elites.
E assim vai se consolidando no Brasil a Plutocracia, fantasiada de Democracia.






2 - Plutocracia


2 - PLUTOCRACIA

Definição de PLUTOCRACIA, resumida da Internet:
A plutocracia (do grego ploutos: riqueza; kratos: poder) é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico. Do ponto de vista social, esta concentração de poder nas mãos de uma classe é acompanhada de uma grande desigualdade e de uma pequena mobilidade. A plutocracia exerce presença real quando os representantes políticos atendem interesses apenas daqueles que os apoiaram  financeiramente no processo eleitoral, deixando de ser o cargo político uma representação do povo.
Os atuais regimes democráticos espalhados pelo mundo na verdade são plutocráticos, estão apenas mascarados e assim mantidos pela principal ferramenta de manipulação e poder dessa classe dominante - a mídia comercial e corporativa.
José Saramago:
No tengamos la ingenuidad de creer todo que lo nos dicen, tenemos que ser críticos. No tenemos la democracia, tenemos la plutocracia, el poder de los ricos, el poder real lo tiene el dinero, las multinacionales. (José Saramago)

Ainda que a plutocracia não exista oficialmente como forma de governo, ela se sobrepõe à democracia, principalmente nos países pouco desenvolvidos, graças à legislação eleitoral, que permite o financiamento de campanhas políticas pelos detentores do poder econômico. Financiados por essa elite empresarial, os políticos governam não para o povo, o que caracterizaria uma democracia, mas sim para a elite econômica, o que caracteriza a plutocracia. Todos as propostas que fortalecem cada vez mais as grandes empresas são aprovadas sem que o povo se aperceba, com a ajuda inclusive de outros políticos corruptos que vendem seus votos, bem como da grande mídia comercial e corporativa, que não dá a essas propostas a cobertura que deveria.
  
A plutocracia tem características de regimes totalitários, pois o poder emana de uma única fonte: o dinheiro. Comparando-se com outros regimes totalitários, temos:
Teocracia = o poder está em Deus
Monarquia = o poder está na realeza
Regimes Militares = o poder está na força
Comunismo = o poder está no Estado
Plutocracia = o poder está no dinheiro

Transcrevo a seguir diversas definições de Plutocracia extraídas da Wikipedia:

A plutocracia (do grego ploutos: riqueza; kratos: poder) é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico. Do ponto de vista social, esta concentração de poder nas mãos de uma classe é acompanhada de uma grande desigualdade e de uma pequena mobilidade.

InfoEscola – Por Antonio Gasparetto junior
Proveniente do grego, a palavra Plutocracia  significa governo da riqueza, ou seja, trata-se de um sistema político em que o poder está concentrado nas mãos dos indivíduos que são detentores das fontes de riqueza da sociedade.
A Plutocracia  pode ser vista, em alguns casos, como uma forma de oligarquia, na medida em que grupos se organizam e se articulam para manterem-se no poder, controlando o governo. De toda forma, a Plutocracia exerce presença real quando os representantes políticos atendem interesses apenas daqueles que os apoiaram financeiramente no processo eleitoral, deixando de ser o cargo político uma representação do povo. Deste modo, o financiador exerce controle sobre as ações do representante.
Naturalmente, a Plutocracia  é um conceito, não um tipo de poder institucionalizado de maneira oficial. Porém pode ser muito presente. O que acontece comumente é o financiamento de agentes políticos por pessoas ou grupos detentores de poder econômico. Assim, a Plutocracia é mais uma das situações políticas que podem existir dentro de um sistema político vigente. Como é o caso também da Cleptocracia, na qual o governo é gerido por indivíduos que se utilizavam da representatividade pública para construir riqueza. Literalmente, a Cleptocracia significa governo de ladrões, tendo em vista que a corrupção é elemento sempre presente.
A maior expressão da Plutocracia, atualmente, diz respeito ao financiamento de partidos políticos no processo eleitoral. Só que esse financiamento é feito de forma irregular e pode causar a formação de um holding empresarial que se reflete em um clientelismo político. Para evitar que se haja uma ligação direta entre Democracia e Plutocracia é preciso que a legislação em torno do financiamento de partidos seja forte e adequada para evitar que os detentores de poder econômico exercem influência determinante sobre a ação dos financiados. A Democracia pode permitir o financiamento de partidos políticos, mas deve afastar o predomínio dos grupos mais ricos, que, do ponto de vista social, acarreta no aumento da desigualdade, já que permite pouca mobilidade social.

Mundo Educação – Por Tiago Dantas
Plutocracia (ploutos: riqueza; kratos: poder) seria, em tese, um sistema político governado por um grupo de pessoas que detém o poder econômico. No entanto, a plutocracia é um conceito, uma vez que esse tipo de poder nunca foi institucionalizado declaradamente.
O que acontece é que muitos agentes políticos são apoiados por grupos de pessoas que, na maioria das vezes, são detentoras do poder econômico. Em alguns casos, esses governantes atuam somente em função desses grupos, revelando um dos traços da plutocracia. Dessa forma, podemos afirmar que a mesma mais é uma situação dentro de uma esfera política do que um sistema propriamente dito.

Dicionário Informal – Por Fernando Tadeu Fernandes
 "Sociologia. Dominação da classe capitalista, detentora dos meios de produção, circulação e distribuição de riquezas, sobre a massa proletária, mediante um sistema político e jurídico, que assegura àquela classe, o controle social e econômico." (Aurélio Buarque de Holanda, Dicionário). Outras: 1) sistema de governo no qual um determinado grupo de pessoas - militares, clérigos, diplomatas, acadêmicos, sindicalistas, etc escolhe os seus representantes. O sufrágio de voto, na plutocracia, está relacionado à função pública, ou à posição social, ocupada pelos votantes; 2) influência do poder econômico, especialmente na formação das classes dirigentes; 3) preponderância dos homens ricos.
Nota: Esta concentração de poder é acompanhada de uma grande desigualdade social.
Os atuais regimes democráticos espalhados pelo mundo na verdade são plutocráticos, estão apenas mascarados e assim mantidos pela principal ferramenta de manipulação e poder dessa classe dominante - a mídia comercial e corporativa.

Dicionário online de português
s.f. Forma de governo cujo poder e/ou predominância são conferidos aos ricos; timocracia.
O domínio do poder pelos ricos. A interferência dos ricos (da elite econômica) no exercício do poder numa sociedade e/ou governo. (Etm. do grego: ploutokratia.a)

1 - Estatística Oficial do IBGE 2010 - Rendimento Mensal dos Trabalhadores Brasileiros


1 - ESTATÍSTICA OFICIAL DO IBGE - 2010
RENDIMENTO MENSAL DOS BRASILEIROS


Vejamos esta estatística oficial:

IBGE - Rendimento Mensal dos
Trabalhadores Brasileiros em 2010
%
Acumulado
Sem Rendimentos
6,6
Até Meio Salário Mínimo
8,1
Entre Meio e 1 Salário Mínimo
24,5
De 1 a 2 Salários Mínimos
32,7
71,9
De 2 a 3 Salários Mínimos
10,6
De 3 a 5 Salários Mínimos
8,3
18,9
De 5 a 10 Salários Mínimos
6,1
De 10 a 20 Salários Mínimos
2,2
8,3
Mais de 20 Salários Mínimos
0,9
0,9
Total
100
100
Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/12/19/ibge-72-dos-brasileiros-ganhavam-ate-2-salarios-minimos-em-2010.htm

 Acrescente-se a esses números o fato incontestável, comprovável por fontes fidedignas facilmente acessíveis pela internet, de que a concentração de renda no Brasil é reconhecidamente uma das piores do mundo, independentemente de qual seja o método de cálculo utilizado.

Agora vamos fazer algumas considerações redundantes sobre o conteúdo dessa tabela:
                                     
1 - Base da Pirâmide – Pobres e Miseráveis
6,6% dos brasileiros não têm rendimentos
8,1% dos brasileiros ganham até meio salário mínimo;
24,5% dos brasileiros ganham entre meio e um salário mínimo;
32,7% dos brasileiros ganham entre um e dois salário mínimos.
Esse grupo compõe 71,9% dos brasileiros, cujos rendimentos são insuficiente para suprir com dignidade as necessidades básicas de um ser humano.

2 – 1º Degrau da Pirâmide – Classe Média Baixa
10,6% dos brasileiros ganham de 2 a 3 salários mínimos.
8,3% dos brasileiros ganham de 3 a 5 salários mínimos.
Esse grupo, que representa os 18,9%, seguintes, têm rendimentos baixos, que porém permitem uma subsistência com um mínimo de dignidade.

3 – 2º Degrau da Pirâmide – Classe Média Legítima
6,1% dos brasileiros ganham de 5 a 10 salários mínimos.
2,2% dos brasileiros ganham de 10 a 20 salários mínimos.
Esse grupo, composto por 8,3% dos brasileiros, representa adequadamente a classe média brasileira. Não chegam a ser ricos, mas conseguem levar uma vida confortável, desfrutando de algumas das comodidades e prazeres disponíveis às classes mais elevadas.

4 – 3º Degrau da Pirâmide – Classe Rica
Os 0,9% restantes, que totalizam os 100% da população brasileira, pertencem à classe rica que, dependendo de seu grau de riqueza e hábitos de vida, desfrutam da vida com pouca ou nenhuma preocupação financeira.

5 – Topo da Pirâmide – Elite Econômica
A elite econômica representa uma porcentagem irrisória, não computável em termos estatísticos. Seus integrantes são os milionários, responsáveis pelas grandes empresas e instituições nacionais e multinacionais, de quaisquer ramos.

Agora, vamos acrescentar algumas considerações, que de tão óbvias dispensam a citação ou comprovação de fontes.
Apesar de inexpressivos em termos estatísticos, os integrantes da elite econômica concentram em suas mãos, ou melhor, nos seus bolsos, o grosso dos recursos financeiros do país e, consequentemente, um poder incalculável.
O fato de pertencerem a esse grupo não faz com que sejam pessoas melhores ou piores do que as outras. Como em todos os grupos sociais, dentre os integrantes desse grupo existem pessoas íntegras, que desenvolvem suas atividades respeitando valores morais e éticos, e outras nem tanto, que movidas pela ganância, ambição, rivalidade, megalomania ou qualquer outra espécie de sentimento incompatível com uma sociedade evoluída, passam a usar estratagemas controversos, antiéticos e até ilegais para alavancar seus impérios. Esse tipo de pessoa em geral leva vantagem sobre as demais, devido à sua falta de escrúpulos. Enquanto pessoas com princípios se mostram cautelosas, pois ponderam as consequências de suas decisões, essas pessoas tomam decisões egoístas demonstrando uma firmeza e convicção que os incautos confundem com competência e honestidade.

Quando, em uma democracia, esse grupo de mercenários adquire muito poder, muito provavelmente o regime político desse país converteu-se ou está em vias de converter-se em uma Plutocracia.