sábado, 18 de outubro de 2014

4 - Estratégias... - 4.1 - Alardear as Virtudes do Neoliberalismo e Omitir sua Impropriedade para os Países Subdesenvolvidos

4 - ESTRATÉGIAS DA ELITE ECONÔMICA PARA TRANSFORMAR A
CLASSE MÉDIA EM MASSA DE MANOBRA E RETARDAR O 
DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
4.1 – ALARDEAR AS VIRTUDES DO NEOLIBERALISMO E OMITIR SUA
IMPROPRIEDADE PARA OS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

No presente texto, vou optar pela utilização do termo em desuso “países subdesenvolvidos” ao invés de “países em desenvolvimento” pois, sob a minha perspectiva, “neoliberalismo” e “em desenvolvimento” são termos excludentes, no que diz respeito às características de um país.
Inicialmente, vou transcrever a definição de Neoliberalismo do site suapesquisa, acessível no endereço http://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm:

Introdução 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.

Características do Neoliberalismo (princípios básicos):

- mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
- política de privatização de empresas estatais;
- livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
- diminuição do tamanho do estado, tornando-o mais eficiente;
- posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
- aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
- contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;
- a base da economia deve ser formada por empresas privadas;
- defesa dos princípios econômicos do capitalismo.

Críticas ao neoliberalismo

Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.

Pontos positivos

Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem. 
Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos anos:
- No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003)
- No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010)
- Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush (2001- 2009)
- No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006)
- No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 - 1990)

Eu acrescentaria às críticas ao neoliberalismo a realidade inocultável de que em muitos países subdesenvolvidos grande parte dos políticos são financiados e eleitos para atender aos interesses das empresas multinacionais e das potências econômicas, desequilibrando o sistema e perpetuando a desigualdade social.
Tenho ouvido com certa frequência, dos meus amigos “esclarecidos” da classe média, frases de admiração em relação aos altos empresários, tais como “se não fosse por eles os pobres estariam desempregados” ou “essas empresas empregam em grande quantidade”.
Essas pessoas se deixam envolver pelo discurso falacioso que emana das elites e acabam se esquecendo que:
- a base que sustenta todo o sistema capitalista é a força do trabalho;
- aqueles que, graças à sua competência, empenho e dedicação ao trabalho, conquistam situações ou posições elevadas, fazem por merecer privilégios;
- mas, daí a se aproveitarem da situação para explorar os que se encontram nas posições inferiores, vai uma longa distância;
- para se construir uma sociedade evoluída, há que haver respeito mútuo entre todas as camadas sociais.
Os empresários que menosprezam os trabalhadores das classes mais baixas se equiparam ao dono da galinha dos ovos de ouro, que enriquece à custa dela, mas não demonstra nenhum reconhecimento por isso. Um dia eles vão matar o próprio sistema.   
Especificamente nesta questão do neoliberalismo, reside um dos principais pontos de manipulação das classes média e rica pelas elites. Essas classes são levadas a acreditar que políticas econômicas neoliberais são sempre favoráveis aos empresários. Não necessariamente. Ratificando o que já foi dito acima, nos países com grande concentração de renda, como é o caso do Brasil, está política só favorece com certeza a elite econômica. Para os demais empresários, essas políticas são questionáveis. Os baixos salários e outras eventuais vantagens financeiras geralmente não são suficientemente grandes para compensar as dificuldades características dos países pouco desenvolvidos, como trabalhadores pouco qualificados, serviços públicos precários e violência.




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